22 de março de 2010

A Luta da UENF - amanhã coletiva de imprensa e blogueiros (terça 23) às 14 h

O Blog acabou de receber do Professor Hamilton Garcia, um grande e obstinado articulador das lideranças regionais, um chamamento para "coletiva de imprensa e blogueiros" no sentido de conhecer e divulgar para toda a sociedade a "Luta" que é travada hoje em prol da Universidade pela "ADUENF - Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense".

"Coletiva para imprensa e blogueiros, nessa 3ªf de paralisação (23/03), às 14h, na sala de conferência do CCH (1º andar)"

O Blog desde já expressa solidariedade nesta Luta pela valorização dos docentes e dos projetos universitários em articulação com a sociedade regional. 

A bem da verdade a nossa região se encontra mergulhada em atraso profundo no campo da administração pública e da estruturação socioambiental, algo "inexplicável" em terras de vultuosas cifras oriundas dos royalties do petróleo, somada a uma presença expressiva de centros universitários!

Nos próximos anos a região será, mais uma vez, o centro das atenções mundiais em matéria de investimentos públicos e privados para o alavancamento da Indústria de Mineração & Petróleo no Brasil, e, infelizmente, encontrará os quadros estatais de controle e fiscalização em condições desanimadoras e precárias, sem falar na decadente situação das chamadas Instituições Civis regionais...

Portanto, parabéns à ADUENF pela "Luta" destemida e oportuna, segue abaixo o Manifesto divulgado hoje:

"A Luta da UENF

A universidade se tornou o principal foco de esclarecimento e progresso das sociedades ao longo dos séculos. Nos países ricos, o circuito sociedade-universidade-produção se mostrou a mola mestra do desenvolvimento. Nos países remediados, como o nosso, tal circuito ainda sofre os constrangimentos de um Estado bacharelesco e um empresariado sem apetite para investimentos em C&T. Ao lado disso, não se conhece país pobre que tenha se desenvolvido exclusivamente por causa do petróleo. Ao contrário, é comum vermos países produtores afundarem em guerras e conflitos sem serem capazes de construírem uma base moderna de pesquisa e produção.

A nossa campanha de aumento salarial visa repor perdas inflacionárias, superar a defasafem média em face das universidades federais, reverter o quadro da baixa atratividade dos nossos salários iniciais, mas também colocar as coisas em seu devido lugar. Olhando-se a remuneração média do setor público, o que se percebe é que a educação, declarada como prioritária nas eleições, se transforma em quase nada durante os governos ao passo que as carreiras burocráticas se transformam em quase tudo, não obstante nosso sistema administrativo seja quase nada em matéria de eficiência.

É preciso reverter esse quadro, pois somos nós que formamos os quadros mais qualificados do país. A hipotética "escassez de recursos" por causa da redistribuição dos royalties é apenas a nova justificativa para uma velha tendência: a de sonegar investimentos em setores de longa maturação, que não geram impacto eleitoral imediato nem oportunidades para os famosos "caixas de campanha".

Quando dizemos 82% de reposição salarial, na verdade, estamos clamando por um giro de 180 graus na direção das nossas prioridades públicas. Em outros termos, lutamos por nossos salários também como um modo de inverter a lógica dominante e passar a tratar o investimento público em educação e inovação como prioritários em relação aos supergastos com juros, com a burocracia ineficiente e com a corrupção.

ADUENF
(Campos do Goytacazes, 22 de março de 2010)"

Um comentário:

Marcos Oliveira disse...

É o que já temos comentado aqui, corrobarando mais uma vez suas palavras: é inexplicável esse atraso social, cultural e urbano que Campos dos Goytacazes (e região NF) insiste em permanecer mergulhado. Blogs e Universidades podem ser pontos de referência para reverter essa "Síndrome Séc XIX" da cidade!