2 de agosto de 2010

A Foz do Rio e a Padaria


Ontem, domingo, pela manhã, zapeando na TV por assinatura vi trecho de um documentário sobre o delta de um rio na África. Belíssimo local.

Me lembrei daquele filme “Out of Africa”, que no Brasil foi batizado de “Entre Dois Amores”. Fantástica produção de Sydney Pollack, com música de Jonh Barry, contando com Meryl Streep e Robert Redford. Acho que ganhou o Oscar em 1985. Trata-se de uma história real.

A foz de um grande rio costuma sempre ser uma bela amostra da natureza. No início do ano, em Buenos Aires, planejei ir até o delta do Rio da Prata, mas era um passeio de um dia inteiro e acabei optando por outros caminhos.

O fato é que resolvi ontem ir almoçar com minha esposa em um restaurante que fica exatamente na beira de um rio: na foz do Paraíba do Sul, mas ou menos a 35 km de onde moro.

Fazia anos que eu não ia naquele local, mas está tudo lá: as ilhas fluviais, os mangues, os barcos pesqueiros, a escuna que leva passageiros para dar uma volta pelas águas calmas, embora um pouco poluídas pelas cidades em que passa.

Ali é o fim de seu caminho pela terra e o começo de uma nova existência no mar.

Estar ali na tarde de um claro e ameno domingo ensolarado em comunhão com a natureza foi uma fato simples, mas o resgate dessa união com o verde e com as águas, longe do concreto e do asfalto das cidades costuma fazer muito bem... E ainda ganha-se no deslocamento: on the road ouvi dois discos do Tom Jobim (gênio), de sua fase americana de Jazz e Fusion (mas nem por isso menos brasileira): “Wave” (1967) e “Stone Flower” (1970). Recomendo.

Mas mesmo na cidade é possível resgatar hábitos simples que já não fazem parte mais de nossa rotina, mas estão em nossa história. Pode parecer estranho mas entrei nesse assunto porque hoje eu tomei o café da manhã em uma padaria.

Cada um tem suas rotinas, mas (outra vez) há muito tempo eu não fazia isso. O pão fresquinho com a manteiga derretendo e o café com leite cheiroso e saboroso de uma boa padaria parecem ser diferentes daqueles de casa, do hotel, da lanchonete. E me trouxeram boas lembranças.

Ok é uma coisa banal, mas se você já fez isso alguma fez em sua vida e não faz mais, sugiro tirar uma manhã (pode ser um café vespertino também) para resgatar um tempo mais tranquilo, que parece estar cada vez mais distante nessa correria toda. Mas tome o café devagar... O mesmo para uns momentos na foz do rio.

Citados no post:

Tom Jobim – “Wave” em Montreaux (Suíça)

A música de John Barry em “Out of Africa” (atenção no visual dos dois minutos finais, no sobrevôo):

2 comentários:

Maria Inês disse...

Ótimo texto, Marcos.
Estava com saudades de suas crônicas dominicais. Essa saiu na segunda, mas saiu.
Fantásticas as citações e os videos do Tom Jobim e do filme Entre dois amores, que eu já vi umas três vezes!
Bjs.

Anônimo disse...

Em cada momento de nossas vidas normais ocupadas nossas mentes refletem muitas realidades emocionais e perceptuais diferentes. Por exemplo, nós podemos projetar uma atitude de muito medo e assim nos sentirmos muito ameaçados no trabalho ou podemos projetar agressão e, então, vivenciar a cidade como um lugar muito hostil. Devido as nossas crenças no reflexo externo de nossos próprios estados mentais negativos nós nos sentimos contrariados ou reagimos aos nossos amigos, familiares, colegas e mesmo estrangeiros de maneira imprópria. Se integrarmos a Educação Não-Formal à nossa vida diária ela realmente pode nos ajudar a identificar e transformar estas respostas emocionais negativas que poderiam, de outra maneira, destruir nossos relacionamentos, saúde, amigos ou capacidade de trabalho.

Sempre agimos com medo, estamos sempre subconscientemente amedrontados de perder nosso trabalho, ou que alguma coisa ruim nos aconteça. Isto se deve ao medo que internalizamos. No trabalho alguém sempre tem algum tipo de medo e stress, especialmente aqueles com maior responsabilidade financeira. De muitas maneiras nossas vidas, do nascimento à morte, são estressantes e desconfortáveis. Talvez isto se deva à falta de educação emocional e psicológica. Quando acordamos de manhã nós imediatamente pensamos no trabalho. Nós tomamos café e nos sentimos nervosos e estressados desde o despertar. Será muito melhor se, ao invés de mantermos esta reação automática estressada nós passarmos os primeiros minutos do dia desenvolvendo a mente positiva. Desta forma nosso dia inteiro e nosso trabalho se desenvolverão mais positivamente.

Atualmente a mentalidade das pessoas está mudando. Agora as pessoas não estão mais interessadas nos detalhes dos assuntos como estavam antes, as pessoas querem apenas a essência, o ponto principal, rapidamente. Por exemplo, na Internet vamos diretamente à questão, não temos que ler centenas de páginas sobre o assunto da paz Nós nos movemos depressa para uma forma de sociedade onde lidaremos apenas com a essência das coisas ao invés de nos atermos a todos os detalhes. Agora todos possuem sua própria visão de mundo, sua própria moralidade e não é possível dizer que isto está certo ou errado, precisamos aceitar o estilo de vida das outras pessoas. Mas, no mínimo todos podem concordar que precisamos tomar conta de uma moralidade principal, a interna. Nós estamos tentando trabalhar juntos para a união em torno de um conceito de paz. A Educação Não-Formal significa que todos nós tentaremos estar unidos nos séculos XXI e nos próximos. Penso que isto é vital se queremos que nossas cidades seja bem sucedidas no terceiro milênio.
T.Y.S. Lama Gangchen Rinpoche