16 de abril de 2011

"A idade e a Mudança"

A mensagem que ficou na mente nesta semana, me chegou por uma tia querida, coincidências a parte, não sei, mas a tia Marlyse destacou um texto da Lya Luft - "A idade e a Mudança", que também não sei onde foi publicado, mas que falou-me em um momento certo, oportuno e tocante. Li atento, concordei com tudo, aprimorei a minha percepção do meu próprio momento e cheguei a conclusões que já havia sentido em tempos atrás e recentes, muito bom, muito gratificante vivenciar isso! O texto vai postado mais abaixo.

O fato é que o blog tem sempre apertado nesta tecla das mudanças - acho q o Marquinho já postou algo da Lya Luft por aqui, será q foi este texto? A memório pode trair! -, como um dos fatores, dos motores de revigoramento de nossas vidas e de nossas perspectivas...eu particularmente acredito e tento colocar em prática algumas visões e oportunidades, vamos ver onde isso nos leva!

Antes eu ressalto a visita que fiz, num flash - e que nunca faço - ao horóscopo numa destas manhãs da semana, enquanto pegava o metrô, uma surpresa... não, apenas uma coincidência! Como um bom escorpiano, eu não creio muito nisso, mas vejam só o que me trouxe o jornal :)

"Continue o trabalho de transformação iniciado com a Lua nova. A Lua cheia de Touro lhe possibilitará alcançar um novo patamar de consciência e muita paz interior."





"Lya Luft : A idade e a mudança.


Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher.
Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível...
A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'
Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo.
Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.
A fonte da juventude chama-se "mudança".
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.
A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.
Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional.Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.
Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...
Lya Luft"

2 comentários:

Anônimo disse...

LF, esse texto é muito atual.Também já tinha lido não sei onde.Como você disse "certo, oportuno, tocante". Também concordei com tudo.
Parabéns atrasados ao Marquinhos.
Foi ontem, não foi?Pôxa, se eu soubesse teria comentado.
Abraço.

Marcos Oliveira disse...

Eu postei algo sobre Lya Luft sim, mas acho que foi no endereço anterior do blog (aqueles textos se perderam).
Não tenho certeza se foi esse bom texto, foi quando eu havia terminado de ler o livro "Perdas e Ganhos" um dos melhores que ela escreveu.

Ótimo e revelador post, Felipe. Como falam por aí, as únicas coisas certas na vida são as mudanças e a morte. Reconhecer e acompanhar isso é que é difícil. Vamos sempre no "automático". Os budistas é que apostam sempre nessas análises e estão sempre atentos...

Obrigado ao "Anônimo" pelos parabéns!