Emoções e Aflições (na Copa e Além Dela...)

Na sexta-feira li uma crônica do Dapieve sobre um check-up que ele estava fazendo e a relação disso com a Copa do Mundo e resolvi tentar ir um pouco além aqui no Blog. É que ele sofre de pressão alta e fez um histórico desse problema incluindo o alto percentual presente na população brasileira.

Emoções muito fortes que aumentam a adrenalina podem ser fatais se não forem imediatamente controladas (emoções e pressão) devido às implicações cardíacas (infarto) e cerebrais (AVC).

Tal explanação tinha o objetivo de dizer que a Copa do Mundo não estava oferecendo riscos devido à pouca emoção presente nos jogos na primeira fase. Ainda bem que não sofro de hipertensão, pelo menos por enquanto. Mas não preciso de Copa do Mundo para viver fortes emoções e - pior - algumas aflições. Todos nós, não é mesmo?

Emoção e aflição não são palavras sinônimas mas não raro andam perto uma da outra. Boas emoções são sempre bem-vindas. Como diria Roberto Carlos, "se chorei ou se sofri o importante é que emoções eu vivi”.

A aflição seria então sinônimo de sofrimento? Não necessariamente. Talvez ansiedade. Um filho aprovado no vestibular é feliz emoção. Se ele vai se adaptar ao curso e se os pais terão condições de pagar a faculdade são motivos de aflição. E assim podemos aplicar essa dualidade em quase todos os aspectos. Voltando a R.C., paixões e amores correspondidos ou não correspondidos, possíveis e impossíveis, talvez sejam um dos lados mais visíveis dessa proximidade emoção / aflição.

Mesmo acontecimentos bem distantes e diferentes podem provocar essas sensações ao mesmo tempo. A emoção da copa, a aflição das enchentes no Nordeste. Pessoas indo assistir alegremente aos jogos mas levando ajuda para os desabrigados...

Parece que não tem saída. Faz parte da existência esse convívio. Se por um lado trata-se de um problema, por outro podemos ver como um destino positivo: a certeza de não estarmos em uma espécie de transe hipnótico. Sim, porque pior seria se estivéssemos imunes a essas emoções e aflições, feitos robôs que não se preocupariam com o significado do viver. Aliás, em uma de suas melhores obras de ficção, o escritor e cientista Isaac Azimov contava a história de robôs inteligentes cuja principal preocupação era a busca por sentir emoções e aflições, tal e qual os humanos. E, como diria Roberto Carlos... acho que já citei né?

Com relação à Copa do Mundo, vejam as imagens finais dos jogos daqui pra frente. Como são eliminatórios, sempre haverá de um lado felizes e emocionados jogadores comemorando a classificação e, de outro, infelizes e emocionados atletas aflitos pela eliminação.

Faz parte do show da vida, que não é o tempo todo fantástica mas que merece ser vivida a cada instante.

Bom domingo e boa semana - com boas emoções - a todos!