17 de março de 2011

Finalmente, ONU!

A ONU aprovou agora a noite medidas mais sérias contra a Libia: "O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta quinta-feira (17) a criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e a adoção de "todas as medidas necessárias" para proteger civis contra as forças do governo Muammar Kadhafi, o que na prática autoriza ações militares."

É bom deixar claro que o Kadhafi já tinha dito (antes dessa resolução) de que se encherem muito o saco dele ele vai detonar civis "comuns" também e não só os civis que estão combatendo ele.

Mas olha só. Uma coisa que eu mais faço com prazer é defender a política externa brasileira. Mesmo porque os globais não gostam da política externa brasileira. Então isso é um bom sinal.

Só que essa eu não entendi: o Brasil se absteve. É claro que deu uma satisfação satisfatória: "o país não está convencido de que "o uso da força" levará "à realização do nosso objetivo comum – o fim imediato da violência e a proteção de civis".

"Estamos também preocupados com a possibilidade de que tais medidas tenham os efeitos involuntários de exacerbar tensões no terreno e de fazer mais mal do que bem aos próprios civis com cuja proteção estamos comprometidos", diz o texto, divulgado pelo Itamaraty.
A justificativa diz ainda que a posição brasileira não deve ser interpretada como "endosso do comportamento das autoridades líbias ou como negligência para com a necessidade de proteger a população civil e respeitarem-se os seus direitos
".

O País pode não estar convencido, mas eu estou. Todo mundo conhece aquele sujeito. Todo mundo era amiguinho dele, mesmo sabendo quem ele era. Agora tem que consertar ou pelo menos evitar o pior. O Brasil perdeu uma boa chance de não ficar em cima do muro.

Bola fora da política externa brasileira. De cara pro gol e sem goleiro!

2 comentários:

Unknown disse...

Vários outros países no mundo já cometeram - cometem ainda - flagelos e sandices macabras contra a sua própria gente e nem por isso a ONU manifesta interesse em intervir ou mesmo o pratica na real...

Vamos lá, Marquinho, neste particular eu continuo a pensar que não basta um entendimento como o da "maioria" da ONU com relação, mesmo que seja, ao conhecido Kadafi, pois, sem sombras, a questão é energia, é petróleo sim! E pouco tem a ver com os civis de lá ou acolá...

As vezes, quase sempre, para se conquistar um papel de destaque, quando o seu voto não muda o resultado, e, os sinais já apontam um destino diferente em futuro próximo para você, saber ocupar uma demanda pouco provável, pode fazer uma grande diferença!

Marcos Oliveira disse...

Antes de mais nada, obrigado pela participação e pelo contraponto.

Se estiver certa vou ficar feliz (apesar de neste caso eu estar errado) porque, como falei, sempre fico satisfeito com a atuação do Brasil na política externa.
O último parágrafo de sua colocação fecha bem a questão.

No entanto...
Há de se convir que esse pode ser o primeiro episódio de mudança de atitude da ONU, pressionado pela opinião pública mundial, graças às trasmissões ao vivo do massacre que se avizinha por parte do canalha. Um momento histórico, portanto.

Não sei se é interessante ficar fora dele.

Kadafhi era apoiado por todo mundo por causa do petróleo. Tirar ele do poder é um risco para os dependentes da Líbia, isso porque bem ou mal ele mantia aquelas tribos sob controle.

Foi difícil a ONU colocar isso em votação exatamente por isso. Há o risco da perda de controle e o país se dividir em diversos países menores (que talvez seja o certo).

Pode ser que eles acabem colocando outro "pau mandado" no lugar: muda-se tudo para permanecer como está.

Independente disso, não dá para ver o Kadafhi avançando em cima daqueles civis armados que não sabem manusear direito uma bateria antiaérea. É massacre.

O sinal mais importante é que, via imprensa on line e via Internet (Facebook, twitter, blogs, e-mails, imagens de celulares), a ONU tenha que sair de sua figura decorativa e pode ser que um dia chegue também para libertar aqueles outros povos sofridos da África que não tem petróleo para chamar atenção.

Abraço.