13 de junho de 2010

Pequena Crônica de Domingo ou "Livros, Filmes & Copas" X "Sexo, Drogas & Rock'n'Roll"

Atualizado às 17:00h: alguns podem ter estranhado o fato de eu ter utilizado como ilustração a capa do livro "A Insustentável Leveza do Ser" (ao lado) e não tê-lo citado. É que houve uma falha na hora da publicação e só agora percebi. Corrijo agora, acrescentando os dois parágrafos que haviam sumido (em um tom de azul diferente). Desculpem a falha.
O post ‘multidisciplinar’ do Dia dos Namorados que fiz na sexta, chamou a atenção de alguns amigos sobretudo pela indicação de livros e filmes.
Eu não li a maioria daqueles livros, mas parecem ser muito bons e eu coloquei na minha lista. O mesmo para os filmes. Daqueles, já assisti o emocionante “As Pontes de Madison” (baseado em um livro) com direção e atuação de Clint Eastwood, além da fantástica Meryl Streep. Não deixem de ver esse filme (acho que poucos não viram). Outro que assisti e recomendo é “Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera”, uma interessante lição de vida ao modo oriental.
Acho que o filme “Amarcord” de Fellini significa “Eu me lembro”, em um dialeto italiano. Tenho quase certeza que vi esse filme nos anos 1970, mas eu não me lembro...
Um filme que está naquela lista e que eu não vi mas recomendo é “A Partida”. Explico. Um amigo já havia me indicado muito esse filme, mas eu nunca consegui. Na verdade achava que ele não havia sido lançado em DVD no Brasil (ele viu em um festival de cinema), mas agora estou certo que sim e vou procurar.
Mas é certo que neste momento – passado o Dia dos Namorados, embora hoje seja o dia do ‘santo casamenteiro’ Santo Antonio – estamos vivenciando, mesmo quem não gosta, a atmosfera da Copa do Mundo. Pois exatamente por isso vou continuar falando de... livros & filmes! Só que agora como reminiscências...
Pelo menos no meu caso Copa do Mundo lembra épocas distintas da minha vida. Já escrevi isso aqui. Como o que está em pauta é cinema e literatura, fiquei pensando nesta manhã (depois de ter levado meu filho para fazer a primeira etapa do Vestibular da UERJ e enquanto rolava Argelia x Eslovenia) sobre livros (que viraram filmes) e que foram Best-Sellers tempos atrás.
Curioso que muitas vezes eles são esquecidos, pois as preferências mudam e eles não chegaram a se tornar necessariamente clássicos. Me lembrei (Amarcord?) logo de duas Copas: 1978 (Argentina) e 1982 (Espanha). Essas ficaram marcadas porque na primeira eu estava no último ano da Escola Técnica Federal (assistíamos aos jogos na casa de amigos bebendo Gim e Vodka puros!) e na segunda eu estava em um curso em Aracajú, morando em uma república (também com amigos que “entornavam” direitinho). Good Times.
No fim dos anos 70 estava em moda entre adolescentes e pós-adolescentes o livro “O Profeta” do poeta e filósofo libanês Khalil Gibran, que na verdade foi escrito em 1923. Uma citação: “Uma vida sem amor é como árvores sem flores e sem frutos. E um amor sem beleza é como flores sem perfume. Vida, amor, beleza: eis a minha trindade."
Bem, nossos filhos provavelmente lembrarão desses anos 2000 através do “Harry Potter” e de “Crepúsculo”. Muito legais, mas... voltando a citar Gibran: "Seus filhos não são seus filhos. São os filhos e filhas da Vida desejando a si mesma. Eles vêm através de vocês mas não de vocês. E embora estejam com vocês, não lhes pertencem. Vocês podem lhes dar amor, mas não seus pensamentos, Pois eles têm seus próprios pensamentos. Vocês podem abrigar seus corpos mas não suas almas, Pois suas almas vivem na casa do amanhã, que vocês não podem visitar, nem mesmo em seus sonhos. Vocês podem lutar para ser como eles, mas não procurem torná-los iguais a vocês. Pois a vida não volta para trás, nem espera pelo passado. Vocês são o arco de onde seus filhos são lançados como flechas vivas. O arqueiro vê o alvo no caminho do infinito, e Ele curva vocês com Seu poder, para que suas flechas possam ir longe e rápido. Deixem que o seu curvar-se na mão do arqueiro seja pela alegria: Pois mesmo enquanto ama a flecha que voa, Ele também ama o arco que é firme."

Outros livros que fizeram sucesso entre o final dos anos 70 e o início dos anos 1980 e que foram transformados em filmes foram “A Insustentável Leveza do Ser” de Milan Kundera e “O Perfume” do alemão Patrick Süsskind. Ótimos! Vi a adaptação do primeiro, razoável, não vi o filme baseado no segundo.

No Brasil vale lembrar “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva, romance auto-biográfico que narra a vida pós acidente que o deixou paraplégico. Virou filme e peça de teatro. Trecho de uma resenha: “O texto franco, direto, escrito com grandes doses de carisma e, por que não, bom humor, não se limita a lamentar a má sorte de um rapaz que deu um mergulho em um lago raso e partiu a coluna vertebral. Na verdade, Feliz Ano Velho mostra toda a inquietação de um jovem que viveu plenamente, como se cada minuto de sua vida como se fosse o último” (Anne Clinio).

Já na década de 1990, a literatura New Age e de Auto-Ajuda dominou. Destacaria os livros do Psiquiatra norte-americano Brian Weiss que pesquisou assuntos como reencarnação, terapia de vidas passadas, progressão a vidas futuras e sobrevivência do ser humano após a morte, registrados em livros como “Muitas Vidas, Muitos Mestres”. Ainda na interface ciência / misticismo o grande destaque foi “A Profecia Celestina”, ótimo livro cuja adaptação para cinema foi muito fraca.
Bem, vou parando por aqui. Como podem perceber, a pequena crônica não ficou tão pequena assim. E dessa vez teve temas claros, uma trilogia sobre livros, filmes e copas. Bons temas né? Ainda bem que não foi sobre outra trilogia: “Sexo, Drogas & Rock’n’Roll”. Quer dizer... ainda bem? Não sei não. Pelo menos o primeiro e terceiro assuntos são muito bons. Já o segundo... se considerarmos que cerveja e vinho são “drogas lícitas”... Sabe de uma coisa? Acho que vou deletar essa crônica e começar outra sobre esses temas mais “quentes” (até porque está frio). É bem capaz de provocar mais interesse e eu vou desenvolver melhor.
Epa! Já está no segundo tempo de Argélia x Eslovenia e não demora vai começar Servia x Gana e eu vou ter que pegar meu filho que está fazendo o vestibular. Então vai essa crônica mesmo!
Bom domingo e boa semana a todos!
P.S.: Trilha sonora desse texto: o alemão transcendental Robert Schroeder: “Moments” (e hoje tem jogo da Alemanha à tarde).

4 comentários:

jc disse...

Marcos, como sempre muito legal sua crônica. Parabéns.

jc disse...

Óima lembrança de O Profeta, que não é aquela novela da Globo. O Gibran foi um dos meus formadores.
Um abraço.

Maria Inês disse...

Olá Marcos!
Td bem?
Legal o seu texto.
Vc sabe de que trata o filme A Partida?
Obrigada!

Marcos Oliveira disse...

Olá pessoal.
No momento que escrevo está começando o segundo tempo de Alemanha 2 x 0 Australia.
JC, o livro "O Profeta" marcou muita gente que hoje está em idade madura. Acho que seria legal os jovens serem apresentados a esse e a outros bons livros. Mas os tempos são outros...
Maria Inês, sei que você frequenta nosso Blog há um bom tempo. Obrigado.
Eu ainda não vi o filme "A Partida". Como falei em outro texto, um grande amigo viu em um festival (deve ter sido o festival do Rio ou de Buzios) e me indicou como "indispensável".
Trata-se de um filme japonês de 2008 e que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro.
O tema parece meio estranho, mas o que vi na Internet é que todos se emocionam com o filme que mostra a forma da cultura japonesa lidar com a perda de alguém e como é tratada a figura da "partida", nesse caso partida é a morte.
O fato é que um violoncelista perde o emprego depois que sua orquestra é desfeita. Aí ele vai trabalhar com algo totalmente inusitados para nós: assistente funerário. Ele prepara corpos para o sepultamento. Terrível né? Nem tanto. Dizem que o filme é um dos melhores feitos na década. Só que não é um filme "pipoca".
Recomendado (e não apenas para 'profissionais do ramo' e estudantes de medicina... rs).
Foi lançado no Brasil em DVD pela Paris Filmes. Caso não encontre na locadora é possível comprar via Internet. Olhei agora no site da Saraiva e lá tem. Custa R$ 29,90. Já na Americanas só tem em Blu-Ray.
Abraços.