13 de fevereiro de 2011

Anos 80 e Arredores

Nessa semana que passou, mais precisamente no dia 9, completaram 3 décadas que Bill Haley morreu.

Não se pode dizer que ele foi o criador do rock mas “Rock Around The Clock” (1954) foi a centelha que faltava para o estilo explodir.

Mas vou falar nesta noite é de uma outra época.

Musicalmente o início dos anos 80 foram de uma certa perplexidade perante que caminhos tomar no que se refere ao Pop/Rock.

Isso porque as décadas anteriores foram de revolução, experiências.

Músicos dos anos 60 e 70 notabilizavam-se pela alta capacidade criativa e amplo domínio dos seus instrumentos.

No entanto, dois “movimentos” (não sei se podemos chamá-los assim) surgidos na segunda metade dos anos 1970 propunham uma quebra dessa busca pela qualidade: o Punk Rock e a Disco Music.

O primeiro se intitulava também um movimento social, um grito dos excluídos contra o capitalismo radical. Musicalmente uma volta aos princípios básicos do rock delineados em fins dos anos 50. The Clash, Sex Pistols, Damned, The Jam, etc. formavam a linha de frente.

Já a Disco Music tinha duas propostas: fazer dançar e fazer dinheiro (sobretudo para as gravadoras).

Muita coisa boa foi criada sob esses dois rótulos e oportunamente voltaremos a eles. Só os citei porque acho fundamental saber da existência dessas vertentes para que se possa entender o que falei quando me referi à "perplexidade".

No início da década de 1980 não havia mais o Punk Rock nem a Disco Music, já eram ultrapassados. Mas também não existia mais (como ramo comercial da música) os outros gêneros “destronados” pelo Punk e pela Disco: Hard Rock elaborado, Rock Progressivo, etc.

Na verdade nada disso acabou, mas já não despertavam o mesmo interesse de antes. O que fazer então?

Resposta: atirar em todas as direções, mas tendo como referência... adivinhem... Anos 60 e 70!

Podemos afirmar que, apesar da confusão reinante, os jovens postulantes ao estrelato conseguiram criar coisas bem interessantes.

Não sei se conseguiram entrar para a história como seus antecessores, mas vale a pena lembrar de algumas coisas legais (embora hoje possam parecer apenas “bizarrices”).

Para entender mesmo, melhor é ver e ouvir.

The Cure – Boys Don’t Cry
O The Cure passou a ser referência da década de 80 só tempos depois. No início muitos críticos não levavam a banda de Robert Smith a sério.

Echo & The Bunnymen – The Killing Moon
Influenciado por nomes dos anos 60 como Velvet Underground e The Doors, o E.T.B. realizou uma obra de qualidade.

R.E.M. – The One I Love
Única banda americana desta lista (as outras são inglesas), o R.E.M. conseguiu ultrapassar o circuito alternativo das college radios e se firmou como grande nome do Pop/Rock da década graças a canções de alto nível.

The Police – De do do de da da
A partir de referências como o The Clash, o Police trouxe para o rock o Reggae jamaicano e foi uma das bandas de maior sucesso na década de 80.

Ultravox - Vienna
Midge Ure é um camarada fera, mas o diferencial é que o Ultravox foi produzido por um gênio: Brian Eno (aquele do “Music for Airports” que eu já comentei aqui). Essa música é muito boa porque traz em sua alma a tentativa de experimentar sem deixar de ser Pop e o clip, uma espécie de curta-metragem.

E, já que falei em Bill Haley, nossas homenagens a ele.

Um comentário:

João Carlos disse...

Ótimo!
Sugiro uma série especial com os anos 80. O pessoal que está na fase dos 30-40 anos curtiu muito esse período e naquela década se produziu muita coisa legal.
Muito boa a escolha dos grupos. Minha surpresa foi o Ultravox. Esse eu não conhecia e é muito bom mesmo.
Valeu!