Nosso blog, sempre fiel às mulheres, registra com entusiasmo o espaço conquistado em um dos redutos mais refinados do machismo internacional, a ONU.
Agora parece que irá decolar boa parte daquilo que pregam as nações desenvolvidas em matéria de democracia, igualdade e direitos humanos, será?
Veremos em breve se as transformações em voga no mundo árabe/islâmico/mulçumano irão de fato acompanhar os ventos de nosso tempo!
"ONU Mulheres decola em Nova York
Por Thalif Deen, da IPS
Nações Unidas, 23/2/2011 – A agenda da nova entidade especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a igualdade de gênero e o poder feminino será fixada em coordenação com a Comissão sobre o Status das Mulheres, que ontem iniciou sua reunião anual em Nova York. Quando a Assembleia Geral da ONU resolveu, em julho do ano passado, criar uma agência especial para as mulheres, o secretário-geral, Ban Ki-moon, disse que se tratava de uma decisão “histórica”. E acrescentou que “ingressamos em uma nova era do trabalho da ONU para as mulheres”, comprometendo-se com a igualdade de gênero e o poder feminino como uma de suas “principais prioridades”.
A ONU Mulheres nasceu em janeiro deste ano, e é a primeira agência de seu tipo com um mandato de amplo alcance e orçamento anual proposto de US$ 500 milhões. Sua criação foi relativamente tardia, se comparada com a de uma série de agências das Nações Unidas que abordam uma ampla variedade de temas, entre eles população, infância, refugiados, saúde, trabalho, desenvolvimento econômico, alimentação e agricultura. A promoção exclusiva do poder de gênero por parte de uma nova entidade da ONU aconteceu quase 65 anos depois da criação do fórum mundial.
De todo modo, o secretário-geral reconheceu “o duro trabalho e a determinação dos Estados-membros” para chegar a um acordo, bem como os anos de ativismo do movimento feminista mundial, “que foi crucial na hora de tornar realidade a ONU Mulheres”. A agenda desta agência será fixada em coordenação com a Comissão sobre o Status das Mulheres, principal organismo intergovernamental de elaboração de políticas dedicadas exclusivamente a promover a causa do poder de gênero.
A sessão anual da Comissão acontecerá até 4 de março em Nova York, e será a primeira desde a criação da ONU Mulheres. Nesta ocasião, representantes de governos e cerca de 1.500 ativistas de organizações não governamentais se centrarão em vários assuntos fundamentais relacionados com gênero. Entre eles igualdade de gênero na ciência e tecnologia, eliminação de doenças maternas que podem ser prevenidas, mulheres rurais como transmissoras de pobreza e erradicação da fome, bem com igualdade de gênero, desenvolvimento sustentável e eliminação da discriminação e da violência contra as meninas.
“Embora meninas e mulheres tenham feito incursões significativas na educação, seus êxitos nessa área não se traduzem plenamente em maiores oportunidades de emprego e trabalhos de melhor qualidade”, diz a ONU Mulheres. As mulheres enfrentam barreiras específicas, entre elas leis discriminatórias, normas sociais restritivas, limitado acesso à informação e às redes sociais, e uma desigual cota de responsabilidades dentro da família. As mulheres ainda representam quase dois terços dos 759 milhões de adultos analfabetos do mundo, e apenas 29% dos pesquisadores em 121 países.
“O que me parece significativo este ano é menos a agenda formal e mais as oportunidades em torno das sessões da Comissão sobre o Status das Mulheres para o debate da ONU Mulheres, e o que esperam tanto a sociedade civil quanto os governos, e também que estejam dispostos a concretizar a visão que lhe deu origem”, disse Charlotte Bunch, fundadora e diretora do Centro para a Liderança Mundial das Mulheres, na Universidade Rutgers."
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