4 de fevereiro de 2011

Kraftwerk x Seu Jorge

Eu sei que a coisa no Egito está feia, mas vou falar de Alemanha e Brasil. E não é economia. Nem futebol. É música.

Quando fiz o post sobre o encerramento do SPFW 2011 pensei em colocar uma música mas não tive tempo de selecionar.

Ontem a noite, dando uma rápida olhada no blog para ver se havia algum comentário novo, me deu um “estalo”: uma música adequada seria “The Model”, do grupo alemão Kraftwerk, incluída no disco “The Man Machine” de 1978.

Resolvi então procurar no You Tube e me surpreendi: achei uma versão dela feita por... Seu Jorge!

Vamos por partes para que entendam minha surpresa.

Seu Jorge é um dos melhores cantores brasileiros da atualidade. Além de compor e tocar sabe mexer muito bem com itens estrangeiros sem perder a “brasilidade”. Sua voz incrível é uma marca registrada que faz uma ponte entre Milton Nascimento e Luiz Melodia, incluindo musicalmente.

Kraftwerk é uma banda germânica que fez parte da geração de pioneiros que exploravam a nascente tecnologia aplicada à música (inclusive inventavam seus próprios instrumentos, coisas que não existiam na época, pois eram também engenheiros eletrônicos). Eles são os pais de toda e qualquer música pop eletrônica de hoje e sempre (“dance” ou não).

Li uma teoria de que os alemães se fixavam tanto em música do futuro porque queriam esquecer o passado de guerras (sobretudo o trauma da Segunda Guerra Mundial).

Antes de ouvir a versão do Seu Jorge meu primeiro pensamento foi: “isso não deve ter ficado bom; provavelmente ele deve ter colocados uns ‘larálará’ que não tem nada a ver com Kraftwerk”. Mas errei. Espertamente ele manteve a linha melódica, a percussão (nesse caso acústica ao invés de eletrônica) e uma guitarra foi colocada no lugar do sintetizador. Mas a canção é a mesma, com upgrade da incrível voz dele.

Já o Kraftwerk tinha um som do futuro com um visual kitsch, retrô: andróides recobertos com capa humana meio que parada no tempo. O clip mostra modelos dos anos 50 o que é mais uma referência a essa dicotomia passado x futuro da música deles.

No raro vídeo que eu achei eles cantam a versão original em alemão (“Das Model”).

Ouçam e façam a comparação.



Um comentário:

M.L. disse...

Saudações.
Nessa eu fiquei surpreso também Marquinho.
Diferentemente de vc eu não gosto nada desse Seu Jorge. Mas a cover dele até que ficou legal, lounge, hehehe.
Ótimo post. O blog continua nota 10 com vc e o Luiz Felipe.